- A Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) intensificou as ações de fiscalização de produtos de origem vegetal, animal e subprodutos, nas rodovias baianas e federais que cortam o estado, bem como o abate, transporte e armazenamento dos produtos. Na última semana, uma destas ações ocorreu em Caetité abrindo uma grande discussão sobre o abate clandestino e os prejuízos causados aos pequenos criadores. Em entrevista a Rádio Educadora FM, Maurício Bacelar, diretor geral da ADAB, disse que todo produto de origem animal, que seja para consumo humano, obrigatoriamente precisa ser liberado pela Adab para comercialização, sendo esta uma proteção para a saúde das famílias, reforçando que o abate clandestino de amimais é crime, previsto na Legislação. O comerciante Naldinho da Ração, em entrevista a mesma emissora, falou, segundo ele, em defesa dos moradores da zona rural, citando que as ações da Adab, embora seguindo todos os protocolos, em Caetité acabaram prejudicando em maior grau o pequeno criador. Citou, ainda, que proibiu-se o abate de amimais na região – alegando que isso melhoraria a qualidade da carne oferecida a população, no entanto, não se deu outra alternativa para os pequenos criadores, meios de como eles poderiam sobreviver e ter renda. “Simplesmente os tiraram do mercado. O pequeno criador parou praticamente de criar o seu gado”, disse. Para o veterinário e fiscal da Adab, Clemente Fernandes, as leis existem, precisam ser cumpridas e os cidadãos precisam conhecê-las, sendo necessário equacionar os problemas e dar soluções a eles. Frisou ser proibido o abate clandestino de animais e que a comercialização de carnes deve estar obrigatoriamente dentro dos parâmetros sanitários. O médico veterinário Zander Fernandes Teixeira de Azevedo destacou que a saúde deve ser considerada em primeiro lugar e a lei que proíbe o abate clandestino trata sobre saúde, citando ser preciso que o consumidor exija a qualidade da carne e que esta seja inspecionada, pois isso é uma questão de saúde pública. Citou doenças causadas por alimentos, principalmente pela carne, ressaltando ser necessária uma fiscalização. Para o problema do pequeno produtor, o médico veterinário deu como alternativa a assistência técnica e programas de incentivo a produção qualificada.