
Foto: Tania Rego | Agência Brasil
A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, encerra um dos pontificados mais marcantes da história recente da Igreja Católica. Francisco estava internado desde o início de abril no hospital Gemelli, em Roma, para tratar complicações respiratórias agravadas por uma infecção. Ele chegou a receber alta, em um momento em que mobilizou católicos e líderes religiosos do mundo todo em orações e homenagens, mas faleceu no dia 21 de abril, um dia após a Páscoa, deixando um legado que transcende as fronteiras do catolicismo. Primeiro papa latino-americano e jesuíta, Francisco rompeu com tradições e adotou um estilo de vida simples, próximo dos pobres e comprometido com causas sociais e ambientais. Foi o primeiro a usar publicamente a palavra “gay”, denunciou abusos dentro da Igreja e buscou o diálogo com diferentes religiões e culturas. Seu pontificado ficou marcado pelo esforço de aproximação com os marginalizados e por um discurso de acolhimento. Em busca de um sucessor - Com a morte do papa, cresce a expectativa pela escolha de um sucessor que possa dar continuidade ao seu legado. Um dos nomes cotados é o do cardeal filipino Luis Antonio Tagle, conhecido como o “Francisco asiático” por seu perfil moderado, vida simples e forte atuação social. O arcebispo de Salvador, Dom Sérgio da Rocha, também está na lista. Ele foi ordenado padre em 1984 e proclamado cardeal pelo papa Francisco, em novembro de 2016. No início de 2023, tornou-se o primeiro brasileiro a ser indicado para integrar o Conselho de Cardeais. A previsão, no entanto, é de um novo papa mais moderado e até ligeiramente um pouco mais conservador do que Francisco. O papa argentino deixou um legado de cardeais mais progressistas, como ele, só que, apesar disso, correntes mais conservadoras também ganharam força nos últimos anos. Por isso, a igreja deve acabar optando por um líder que busque equilíbrio e coesão interna. Rito e política - A responsabilidade de eleger o novo pontífice recai sobre os cardeais com menos de 80 anos, que são convocados para o conclave, como é chamada a reunião secreta realizada na Capela Sistina. Isolados, eles iniciam uma série de votações diárias, em busca de um consenso. Para que haja eleição, é necessário que um candidato receba pelo menos dois terços dos votos. O ritual é acompanhado de um símbolo clássico: a fumaça que sai da chaminé da Capela, quando preta, significa que não houve escolha; branca, que um novo papa foi eleito.
