
Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou em sua conta no Twitter, neste sábado (18), que não usará o cargo para se vingar. Na última sexta-feira, Cunha declarou que fará oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. Cunha ainda desmentiu notas que saíram em revistas semanais e disse que não tratou com o vice-presidente da República e articulador político do governo, Michel Temer, sobre os depoimentos da Operação Lava Jato. “Em primeiro lugar quero desmentir as notas que estão em colunas de revistas sobre suposta conversa minha com Michel Temer”, disse. “Não tratei com ele em nenhum momento de futura citação dele por delatores. Isso não faz parte dos nossos diálogos”, continuou. Em seguida, Eduardo Cunha reafirmou que a decisão de romper com o governo foi pessoal e que defenderá que o PMDB faça o mesmo somente no próximo congresso do partido. “Não busquei nem vou buscar apoio para isso, a não ser o debate na instância partidária competente”, disse na rede social. Ontem, após o anúncio de que estava rompendo oficialmente com a gestão da presidente Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto divulgou uma nota oficial dizendo esperar que o gesto não se reflita nas ações de Cunha como presidente da Câmara, que devem ser pautadas pela imparcialidade e impessoalidade. "O presidente da Câmara anunciou uma posição de cunho estritamente pessoal. O governo espera que esta posição não se reflita nas decisões e nas ações da presidência da Câmara que devem ser pautadas pela imparcialidade e pela impessoalidade. Neste momento em que importantes desafios devem ser enfrentados pelo País, os Poderes devem agir com comedimento, razoabilidade e equilíbrio na formulação das leis e das políticas públicas", diz um trecho da nota presidencial. Cunha anunciou ainda que entrará com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) por discordar da forma de atuação do juiz Sérgio Moro.